Na atual conjuntura económica e ambiental, hoje, mais do que nunca, faz sentido pensar nas cidades de modo a garantir as suas funções essenciais, a sua eficiência e o futuro das gerações vindouras.
Para uma cidade se tornar ambientalmente sustentável deverá assentar em 5 pilares essenciais: Melhoria da qualidade do ar; Mobilidade e acessibilidade para todos; Tecnologias da informação e comunicação (cidades 4.0); Eficiência hídrica e Regeneração urbana sustentável.
Com o crescente aumento da emissão de poluentes para a atmosfera, os níveis da qualidade do ar estão cada vez mais baixos, afetando assim a sua qualidade, provocando consequências na saúde da população (i.e. doenças respiratórias e cardiovasculares) e ainda, intensifica o aquecimento global do planeta originando as consequentes alterações climáticas.
As soluções para as cidades passam pelo incentivo a energias renováveis alterativas aos combustíveis fósseis, a eficiência energética, em particular na iluminação e aquecimento dos edifícios e os novos modelos de mobilidade.
A mobilidade suave deverá ser uma aposta, através da criação das necessárias infraestruturas e condições de segurança. Os novos modelos de mobilidade deverão ser fomentados e o transporte público coletivo deverá ser promovido, com a disponibilização de veículos cómodos e modernos e a oferta de horários adequados às necessidades da população. Devem ainda ser criadas plataformas intermodais que permitam coordenar diferentes ligações e meios de transporte.
As novas tecnologias de informação e comunicação, conjugadas com a internet das coisas, deverão possibilitar a obtenção de importantes ganhos de tempo, poupança de energia e de recursos, sendo uma importante componente das Smart Cities.
A eficiência hídrica é uma temática premente, dado que já todos nos apercebemos que a água poderá faltar nas torneiras, ou não ter a qualidade necessária a preço acessível para todos. As soluções para as cidades e edifícios passam pela redução do seu consumo e, principalmente, do seu desperdício, mas também pelo aproveitamento das águas residuais tratadas, das águas da chuva e/ou das águas cinzentas em fins menos nobres, na rega dos espaços verdes ou no combate a incêndios.
A construção/regeneração urbana sustentável passa pela aposta na reciclagem dos materiais, a incorporação de materiais locais e tecnologias de menor impacte ambiental, de resíduos, subprodutos e outros desperdícios, numa perspetiva de economia circular, de valorização dos materiais e de poupança dos recursos naturais.
Para a efetiva implementação das políticas públicas de sustentabilidade ambiental nas nossas cidades, é fundamental o envolvimento dos cidadãos e, para tal, tão importante quanto o despertar de consciências ambientais, será evidenciar as vantagens económicas da sua efetiva implementação, quer seja na redução do valor da fatura da energia e da água, no custo dos transportes e do tratamento de efluentes líquidos e resíduos sólidos ou na aquisição de produtos / materiais reciclados.